Como escolher o tipo certo de chuteiras para o campo certo? 2026

Para relva natural, para campos artificiais, para futebol de salão ou para campos de betão. Para os avançados ou para os defesas centrais. Independentemente do tipo de futebol que praticas, hoje em dia tens uma chuteira à tua medida.

quais são as melhores chuteiras para um campo de relva natural, e para evitar lesões, podes usar o mesmo calçado para jogar um jogo de futsal que usarias num campo de relva artificial? Estas perguntas e muitas outras são as que surgem, todos os anos, na cabeça dos pais dos mais jovens futebolistas, ansiosos por saber que tipo de chuteiras devem comprar para os seus filhos e filhas desfrutarem da bola. A este respeito, a primeira coisa que queremos deixar claro é um conceito chave: tudo depende, e não existe uma chuteira perfeita. Cada modelo é mais adequado a um determinado campo e estilo de jogo, e não só: cada pessoa, cada criança, sentir-se-á mais confortável com um modelo ou outro. E isso é algo que nós, nos Campos de futebol de verão e nas Academias de alto rendimento, sabemos muito bem.

Por isso, para ajudar quem quer renovar as chuteiras ou comprar o primeiro modelo para os mais novos da casa, apresentamos aqui o nosso guia particular de calçado de futebol, onde vamos apresentar todo o nosso conhecimento derivado de anos de experiência. Um resumo de opções com os diferentes terrenos, especialidades, tipos de solas, estilos de jogo e posições.

Mas não te esqueças da máxima: todas as pessoas são diferentes, o que mais conta é o conforto que sentes numa sapatilha. E mais do que qualquer caraterística ou material, o único método infalível para encontrar a bota perfeita é experimentares o maior número possível.

o teu tipo de jogo é importante na escolha de uma chuteira? E a posição?

O desporto em geral, mais especificamente o futebol, mudou muito nas últimas décadas. Qualquer veterano dirá que a chuteira não importa, que são todas iguais, que o que importa é a forma como jogas o jogo e não o que usas. Mas isso é uma meia verdade. A verdade é que as botas são importantes, e muito importantes. E cada tipo é mais adequado a um tipo de jogo ou a uma posição no campo.

Embora possa não parecer, a posição que cada jogador ocupa em campo, bem como as caraterísticas do seu jogo, são um fator a ter em conta na escolha das chuteiras a usar.

Por exemplo, jogadores com toque, talento e que jogam em espaços reduzidos como Pedri – que usa Adidas Copa Sense – vão procurar um calçado que transmita essa sensibilidade no tratamento da bola. Por outro lado, outros jogadores mais físicos, como Kylian Mbappé ou Romeru Lukaku, que baseiam o seu futebol na força das suas corridas e mudanças de direção, precisam de um calçado diferente. Um calçado em que a tração e a velocidade tenham prioridade sobre a sensibilidade.

Assim, em função dos diferentes estilos de futebol que potenciam, poderíamos falar de quatro tipos de chuteiras:

  • Velocidade: Queres correr como o Mohammed Salah ou és um daqueles laterais com quem todos os laterais rezam para não se cruzarem em campo aberto? Pois bem, as chuteiras que aumentam a velocidade, como as Adidas Speedportal, podem ser a melhor opção para ti.
  • Toque. Os jogadores com mais qualidade, normalmente no meio-campo, precisam de chuteiras que facilitem o controlo, o toque, a precisão e a finta. Aí, nessa posição em que ninguém se destaca tanto como Kevin de Bruyne ou Alexia Putellas, as botas Nike Phantom são as que tanto o jogador do FC Barcelona como o Culé escolheram usar.
  • Poder. Kylian Mbappé, um dos jogadores mais potentes e desequilibrados do mundo do futebol, tem umas chuteiras adaptadas às suas caraterísticas: as Nike Zoom Mercurial Superfly 9. Este tipo de calçado é perfeito se fores daqueles que gostam de desequilibrar equipas inteiras, desarmando, correndo para o espaço, desafiando o adversário.
  • Os clássicos. E, finalmente, tens as sapatilhas clássicas. Para aqueles que gostam dos modelos tradicionais, que querem transmitir uma sensação de segurança, que procuram um equilíbrio no desempenho da sua chuteira. Para zagueiros duros e resistentes como Virgil van Dijk ou Jules Kounde, por exemplo. Ambos optaram pela Nike Tiempo, um dos clássicos ao lado da Adidas Copa Mundial.

Botas para relva natural

Depois, para além do tipo de futebol que cada jogador pratica, devemos falar também dos diferentes tipos de terreno que podemos encontrar. E começamos pelo terreno mais importante do futebol, o relvado natural, onde destacamos dois tipos de chuteiras: com sola SG e FG.

Botas com pitões SF (Soft Ground)

Em tempos, os pitões de alumínio foram a norma para a maioria dos futebolistas profissionais e isso, claro, não foi isento de perigos. De facto, foram responsáveis por algumas cenas memoráveis, como a pisadela de Diego Pablo Simeone em Julen Guerrero, ou a mais recente lesão de Gio dos Santos. Hoje em dia, no entanto, este material é uma exceção, estando apenas presente em chuteiras com pitões SG (soft ground), quer através de solas mistas com borracha, quer apenas em alumínio.

quais são as vantagens deste tipo de pitões? Bem, acima de tudo, tração e aderência quando o piso está molhado ou mole, evitando escorregadelas nas mudanças de direção ou de ritmo. E quais são os contras, para além do perigo que representam? Principalmente, não se adaptam bem à relva artificial ou ao tapete. Por isso, se procuras um sapato para esse tipo de terreno, esquece os pitões SG.

Embora, de um modo geral, a utilização de pitons de solo macio tenha sido reduzida a momentos ou terrenos específicos, há profissionais que continuam a confiar neles em qualquer situação. Um deles é Cristiano Ronaldo, fã absoluto dos pitons de alumínio ao longo da sua carreira, e que este ano vai usar as Nike Zoom Mercurial Superfly 9 Elite SG. E o outro é Diego Godín, um defesa-central clássico, adepto do modelo clássico com seis pitões deste material, que usará as Puma Ultra Ultimate SG. Vê aqui os dois modelos:

SUPERFÍCIE: relva natural (húmida e macia).
PUNHOS: 6-12 pinos de alumínio, borracha e sola mista (alumínio e borracha).
OBJECTIVO: Melhor aderência e estabilidade na relva.
PREÇOS: Exemplos abaixo de 60-280 euros

Botas com pitões FG (solo firme)

Mas, como dissemos, o futebol está a evoluir, e os tipos de chuteiras mais utilizados hoje em dia são as solas FG (solo firme), compostas por 8 a 14 pitões de borracha de diferentes comprimentos.

O seu terreno preferido, onde as chuteiras com sola FG têm o seu melhor desempenho, é em campos de relva natural seca. Aí, proporcionam toda a estabilidade necessária sem perderem a velocidade que se perde com os pitões de alumínio, que penetram muito mais profundamente no relvado. Além disso, os pitões de borracha permitem que estas chuteiras sejam utilizadas em campos de relva artificial de terceira geração, sobretudo se forem curtos e não laminados. As solas FG oferecem assim uma versatilidade que muitos jogadores (e as suas famílias) vão achar muito útil.

Atualmente, a grande maioria dos melhores jogadores do mundo usam solas FG. Aqui tens as chuteiras dos melhores jogadores do século XXI: Leo Messi -a Adidas X Speedportal .1 FG- e Megan Rapinoe -a Nike Mercurial Superfly 7, uma homenagem à sua Bola de Ouro em 2019-.

SUPERFÍCIE: Relvado natural e artificial de 3ª geração.
PNEUS: Entre 8 e 14 pinos de borracha.
OBJECTIVO: Conforto nas curvas e velocidade.
PREÇO: 50-280€

Botas de relva artificial

E embora as chuteiras com sola FG possam ser adaptadas aos campos sintéticos, especialmente as de terceira geração, a verdade é que a relva artificial tem as suas próprias solas. Aqui destacamos os dois tipos de chuteiras que são a melhor opção para os futebolistas que não jogam em campos de relva natural.

Chuteiras AG (Artificial Ground)

Antes de mais, convém lembrar que os campos de relva artificial não são todos iguais. Há, por um lado, a primeira geração, também conhecida como tapete, na qual os pitões não proporcionam qualquer aderência. Por outro lado, os mais comuns hoje em dia, a segunda e a terceira geração, que são muito mais semelhantes à relva natural. Nestes dois últimos casos, a melhor opção é uma chuteira com sola AG (artificial ground).

As chuteiras AG têm um número de pitões superior ao das chuteiras FG (entre 13 e 21). São feitas de borracha e têm uma forma cónica, o que favorece o amortecimento e um menor risco de lesões. Recomenda as New Balance Visaro 2.0 Mid Level e as Puma evoPOWER Vigor 2.

SUPERFÍCIE: Relva artificial de 2ª e 3ª geração.
TALÕES: Entre 13 e 21 tachas de borracha.
OBJECTIVO: Aderência nos campos de relva artificial.
PREÇOS: 50-280€

Chuteiras de relva ou com vários pitões

Depois, para os campos de alcatifa ou de terra batida – porque ainda há campos de terra batida, aqueles em que, nos dias de chuva, tens de te enfiar debaixo do chuveiro, com roupa e tudo – existem as famosas botas multi studs ou turf, o calçado acessível por excelência.

A sua principal caraterística são os múltiplos pequenos tachos de borracha, que reduzem a pressão sobre a pegada, algo crucial em terrenos onde os tachos não colam. Deixamos-te com um clássico: as Munich Mundial T.

SUPERFÍCIE: Relva artificial de 1ª geração (alcatifa).
Tachas: Várias tachas curtas de borracha.
OBJECTIVO: Aderência em superfícies onde a chuteira não se fixa.
PREÇOS: 40-130€

Chuteiras de futebol de salão

Por fim, temos as chuteiras de futsal, uma modalidade cujo calçado não tem nada a ver com o dos jogos em relva natural ou artificial. Aqui, como vais jogar em parquet ou betão, e quer seja para um jogo com amigos ou para ligas profissionais de futsal, o sapato deve ter uma sola de borracha lisa.

Também tens uma vantagem: algumas marcas, como a Munique ou a Adidas, tiveram tanto sucesso com os seus modelos que até se tornaram calçado de rua. Um dois em um de que te lembras.

Aqui tens uma recomendação: as Nike Lunar Gato do melhor jogador de futsal do mundo, o português Ricardinho.

Evolução histórica das chuteiras

E agora estás a pensar: como é que o mundo do futebol conseguiu chegar até aqui, a uma altura em que existem cinco tipos diferentes de chuteiras, dependendo de onde e como jogas?

Bem, podes dizer que tudo começou há muito tempo, talvez no século XVI, com o rei de Inglaterra, Henrique VIII. Um belo dia, mandou o seu sapateiro fazer botas de couro espanholas para poder praticar o seu desporto favorito: uma versão inglesa do antigo calcio italiano. Sem o saber, este sapateiro anónimo pode ter feito o precursor de todas as botas que temos hoje.

É muito provável que as botas de Henrique VII não fossem muito diferentes das utilizadas nos primórdios do futebol, na primeira metade do século XX: sapatos com um peso desmesurado, com os quais ninguém sabe, na perspetiva atual, como Di Stefano, Puskas ou Luis Suárez conseguiam jogar tão bem.

A revolução só chegou no Campeonato do Mundo de 1954, na Suíça. Ali, contra uma equipa húngara que era fortemente favorita ao título, a Alemanha conseguiu ganhar o Campeonato do Mundo graças ao poder da evolução. Com pitões de alumínio concebidos por Adolf Dassler, os alemães adaptaram-se muito melhor ao relvado encharcado e conseguiram dar a volta a uma final que tinha começado contra eles: com uma desvantagem de 0-2, os alemães saíram de trás e venceram a final do Campeonato do Mundo por 3-2.

O próprio Adolf Dassler aproveitou o impulso do seu sucesso para fundar a Adidas, e o seu irmão Rudolf, que o tinha acompanhado até então, criou a empresa Puma. Nascia assim o mercado das chuteiras, que se prolongou até aos nossos dias com a incorporação de empresas como a Nike – que criou as primeiras chuteiras de pele sintética para Ronaldo no Mundial de 1998 -, a Mizuno, a Lotto, a Umbro e, mais recentemente, a New Balance.

Hoje, felizmente, já não há qualquer semelhança com as botas de Henrique VIII, nem mesmo com as da final do Campeonato do Mundo de 1954. Anos depois da invenção dos pitões de alumínio nesse Campeonato do Mundo, chegaram as microfibras, os materiais respiráveis e a fibra de vidro, trazendo mais conforto e sensibilidade aos futebolistas. Surgiram também as sapatilhas que cobrem os tornozelos, como forma de obter maior segurança e evitar entorses. E até existem sapatos sem atacadores, que conseguiram reduzir o peso das chuteiras em algumas gramas.

Tudo para manter o mesmo objetivo que o sapateiro de Henrique VIII e Adolf Hassler tinham em mente: o maior conforto possível para marcar, pelo menos, mais um golo do que o adversário.

Conclusão

As lições a tirar de tudo isto são claras. Por um lado, que a evolução é contínua, e só serve os interesses do jogador. Por outro lado, embora existam chuteiras adaptadas a todos os estilos e terrenos, o importante continua a ser o mesmo de sempre: acima de tudo, o critério principal é o conforto do jogador.

E se quiseres saber mais, não hesites: descarrega o infográfico gratuito das chuteiras clicando no botão abaixo.

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